sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os surfistas


Antes, um pouco da história desse esporte: introduzido no Havaí por um rei polinésio, em que pranchas de madeira eram utilizadas, o surf era inicialmente praticado por canibais da ilha Chuka-Chuka (no Havaí).
Porém, quando o havaiano Duke Paoa Kahanamoku venceu um campeonato em 1912, na cidade de Estocolmo, ele passou a ser um forte divulgador do esporte, e o surf começou a se tornar conhecido.
A partir de 1950, o esporte se tornou popular nos EUA, e nas décadas seguintes, outros países ricos em ondas, se tornaram famosos por seus campeonatos e associações de Surf, como a Austrália ou a Indonésia. O atual campeão de surf mundial é Kelly Slater (nove vezes campeão!).

Desde então, o surf ganha cada vez mais adeptos, seja por aqueles que desejam um corpo mais bonito, como mostra essa reportagem da revista Boa Forma, ou simplesmente porque acreditam no bem-estar que o esporte traz.

O surfista de verdade faz questão de ser bem equipado: além da prancha, e o leash (corda que liga a pranha à perna), lycras e outros equipamentos são bem vindos.
A tribo do surf geralmente faz questão de ir no final de semana para o litoral, como afirma a surfista aprendiz, Marina, 22, estudante de Administração na PUC-SP: “para mim é muito ruim ter que ficar em São Paulo no final de semana, eu me sinto angustiada se não consigo ir pra praia”. Os surfistas normalmente fazem questão de andarem com outros da mesma tribo e apresentam um certo repúdio às baladas, grifes e vida noturna agitadíssima. Preferem aproveitar o dia na praia pegando onda, e à noite, cansados, escutarem uma música à la Jack Jonhson. No geral, são pessoas que preferem a tranquilidade.

Aqui algumas gírias comuns à tribo surfista:

Drop: descer a onda até em baixo
Big rider: surfista que é bom e gosta de pegar ondas grandes
Bro: abreviação de brother (irmão)
Pró: surfista muito bom ou profissional
Maroleiro: surfista que só vai nas ondas pequenas
Marola: onda pequena
Pipeline: onda em formato de tubo
Prego: surfista ruim
: "pode crer"
Swell: ondulação.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Skatistas


Falar sobre skatistas não é falar apenas sobre uma tribo em específico, mas sim sobre uma subcultura, ou mais que isso. É falar sobre um estilo de vida, onde o ato de praticar skate é um esporte e uma forma de expressão.
No início da década de 1960, os surfistas da Califórnia queriam fazer das pranchas um divertimento também nas ruas, pegaram a rodas de seus patins e uniram a shapes e saíram pelas ruas em uma época de marés baixas e seca na região. Inicialmente, a nova “maneira de surfar” foi chamada de sidewalk surf.
-Em 1965, surgiram os primeiros campeonatos, mas o skate só ficou mais reconhecido uma década depois que a modalidade ganharia reconhecimento mundial, sendo praticada por um número cada vez maior de jovens que buscavam transgredir limites, desafiando as leis da gravidade em manobras tão radicais quanto poéticas.
Em 1973, o norte-americano Frank Naswortly inventou as rodinhas de uretano, que revolucionaram o esporte. Um skate passou a pesar por volta de 2,5 kg.
Dogtown
Dogtown
Na década de 70, um grupo de jovens californianos conhecido como Z-Boys, participantes do Z-team, foi o responsável pela invenção das modalidades Wall Riding – onde os skatistas dropam em paredes, hoje também conhecida pelo nome de Wall Ride – e Pool Riding – modalidade praticada em piscinas vazias.
-Em1979, Alan Gelfand inventou o Ollie-Air, manobra com a qual os skatistas ultrapassam obstáculos elevados. A partir disso, o skate nunca mais foi o mesmo. Essa manobra possibilitou uma abordagem inacreditavelmente infinita por parte dos skatistas. Não se pratica Street Style sem o domínio do Ollie-Air.
-Na década de 1980, um dos revolucionários do esporte, principalmente na modalidade freestyle foi Rodney Mullen.. Outro revolucionário, na modalidade Vertical, foi Tony Hawk, inovou a maneira como os skatistas devem abordar o Half-Pipe, sempre procurando ultrapassar o limites de criatividade e dificuldade de execução das manobras. É tido como o maior skatista de todos os tempos. Verdadeira lenda viva do desporto.
Como eles são
- Por existir a forte ligação com o surfe, no inicio suas roupas eram bem coloridas, calças Jeans justas, cabelo compridos, roupas que surfistas usavam na década de 70, mais o acompanhamento de elementos de proteção como joelheiras e cotoveleiras.
Lord of Dogtown
Lord of Dogtown
Após os anos 80 os skatistas criam sua moda, calças largas em jeans ou sarja para dar mais movimento, que possuem grandes variedades no que diz respeito a modelagem, como corte mais amplo e confortável, bem como gancho caído e diversos bolsos, camisetas e camisas fazendo sobreposições, o uso de moletons, camisas xadrez ,as peças são relativamentes simples, o que conta é a logotipia forte, aplicação de muito silks e estampas, que deixa claro a ligação com a cultura urbana marginal como forma se expressar, a moda nos dias de hoje tem muita influencia dessas décadas anteriores, sobreposição, camisas de manga curta e comprida, calça jeans com elastano para ficar ajustada no corpo porém dando movimento para a prática do esporte.
Entre os acessórios utilizados pelos integrantes dessa tribo encontra-se: Os bonés são indispensáveis para a montagem do look skate. Por se tratar de uma forma de vestir que possui sua essência no esporte, a utilização de tênis também é importante. O modelo mais comum é o de formato arredondado, nas versões em cano longo ou não.
Os detalhes decorativos – recortes, aplicações – são inspirados em elementos provenientes da arte urbana, podendo explorar cores contrastantes. A utilização de correntes pesadas em metal já dá conta de demonstrar a transformação do estilo, mesclando referências provenientes de outras subculturas presentes no ambiente urbano.
Linlcon Ueda, Sandro Dias, Bob Burnquist e Cristiano Mateus
Linlcon Ueda, Sandro Dias, Bob Burnquist e Cristiano Mateus
Na técnica, o estilo skate acaba por se confundir com outro invento do asfalto, o streetwear, principalmente devido à igualdade essenciais de ambos estilos. Ou seja, ao adicionar múltiplas linguagens ao seu arsenal de signos, o skate assume aspectos também múltiplos, reinventando-se à velocidade dos novos movimentos que vão surgindo nas metrópoles.
Uma distinção é que o centro irrequieto do skate é ágil e nervoso, fruto da liberdade essencial ao skatista. Assim, ao falar sobre como se vestem, também é certo falar sobre tipos de Arte Urbana como o Graffiti e sua evolução nas últimas décadas.
Trabalho das Grafiteiras Sarety e Pr!
Trabalho das Grafiteiras Sarety e Pr!
Muitos dos elementos que decoram as peças típicas dos skatistas carregam o graffiti em sua composição pelos mais variados motivos, passando por grafismos incompreensível, chegando até a personagens oníricos presentes no imaginário dos centros urbanos.
Estilo de Música
O gosto musical do skate reúne influências de vários gêneros, no entanto a vertente mais forte entre os acordes pesados do hardcore é o ritmo apressado e bruto do punk, com certeza o punk rock acabou sendo a forma de expressão musical mais importante para essa tribo.
A revista americana Thrasher, que é bíblia do esporte, foi a primeira publicação a falar sobre o assunto, sendo responsável pelo surgimento de importantes bandas do gênero. No início dos anos 80, a publicação buscava dar conta de levar ao conhecimento do público o chamado punk/hardcore/californiano e, sem dúvida, este aspecto foi importante para o surgimento do fenômeno skate punk no Brasil
Contudo, atualmente outros estilos musicais também são bastante associados ao esporte e à tribo, como o hip hop e o rap.
Artes
O controverso artista plástico Basquiat é uma referência importante para a tribo. Foi ele quem elevou o graffiti à camada de arte, levando para importantes galerias sua arte original e transgressora, que procurava dar conta das agitação surgidas à margem do sistema vigente na época. Só ai foi possível que a arte originada destes círculos marginais encontrasse respeito e reconhecimento, contribuindo para a legitimação também do skate, outra expressão urbana, em outros círculos da elite intelectual.
Basquiat

sábado, 18 de junho de 2011

Nerds. Quem eles são?

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Geralmente, quando pensamos em um nerd, logo nos vêm à cabeça uma pessoa de óculos, muito magra ou muito gorda, com roupas antiquadas, que só pensa em ler, estudar, que só sabe olhar pra livros e que não se diverte. De certa forma, estamos certos segundo o dicionário Merriam-Webster, que documentou pela primeira vez a palavra ‘Nerd’ para designar uma criatura no livro 'If I Ran the Zoo' (1950), do psicólogo Dr. Seuss (Theodor Geisel): nesse dicionário, ‘nerd’ definiria uma pessoa socialmente inepta ou alguém dedicado de maneira quase escrava às atividades intelectuais ou acadêmicas. Porém, hoje sabe-se que eles são muito sociáveis quando se sentem confortáveis no ambiente e seu modo padrão na aparência na verdade não há. Os nerds, segundo Lewis Skolnick (Robert Carradine), o personagem principal do filme 'A Vingança dos Nerds' (1984), são 'pessoas que não têm vergonha de se assumir como são', ou seja, que não estão nem um pouco preocupados com o que as outras pessoas vão pensar deles.

Apesar de tudo, os nerds não são muito facilmente reconhecidos no dia-a-dia, pois, diferente de outras tribos, não têm um estilo claramente reconhecível à primeira vista. Eles não curtem os mesmos tipos de música e nem todos freqüentam sempre os mesmos lugares; a não ser que pertençam a algum dos sub-grupos, como o Geek (são aqueles cujo interesse volta-se especialmente para a tecnologia e informática), os Trekkers (são os fãs de Star Trek), os Gamers (são os viciados em jogos eletrônicos), e os Otakus (pessoas que são viciadas em determinadas coisas e vivem para isso. No Japão, geralmente quem é Otaku é rejeitado pela sociedade e muitas vezes pela própria família. Já no Brasil, essa palavra foi designada apenas à fãs de animes e mangás, sendo que alguns seguem a definição japonesa de viver pelo vício e outras apenas gostam).

Enfim: os nerds hoje no mundo são reconhecidos pelo esteriótipo criado e divulgado tanto em filmes quanto em desenhos animados; o que, na verdade, não corresponde à realidade em geral, e acaba, infelizmente, gerando uma limitação de visão sobre as pessoas que se encontram nesse perfil. É preciso saber que os nerds são pessoas tão variadas em seus gostos quanto quaisquer pessoas são variadas entre si. Alguns exemplos de nerds conhecidos globalmente: Bill Gates, Kevin Smith, Steven Spielberg.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Body Modification

Modificação Corporal (ou alteração corporal ) é a alteração deliberada do corpo humano ou de não-médicos finalidade estética, tais como o realce sexual, um rito de passagem, o que denota, a confiança ea fidelidade de filiação, por motivos religiosos, o valor de choque, e auto-expressão . [ 1 ] Pode ir desde a decoração socialmente aceitáveis ​​( por exemplo , as orelhas furadas , em muitas sociedades) do mandato religiosamente (por exemplo, a circuncisão em um número de culturas), e todo o resto. Arte no corpo é a modificação de qualquer parte do o corpo humano para, religiosa, artística ou estética razões espirituais.





Alguns Exemplos


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cultura Punk

Na Inglaterra o princípio de que "qualquer um pode montar uma banda" e o espírito renovador do punk rock se mesclaram a uma situação de tédio cultural e decadência social, desencadeando o punk propriamente dito. Extremamente empolgado pela apresentação dos Ramones, Mark Perry abandona seu emprego e produz o primeiro fanzine punk, o Sniffin' Glue ("cheirando cola"), com a intenção de promover esta nova agitação cultural. O fanzine foi o símbolo marco para o faça-você-mesmo punk, não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo visual deliberadamente grosseiro e com senso de humor ácido. Os Sex Pistols, antes uma banda de punk-rock comum, se torna um projeto mais ambicioso com a tutela de Malcom McLaren e a inclusão de um vocalista inventivo e provocador, Johnny Rotten. A banda passa a usar suásticas e outros símbolos nazi-fascistas, além de símbolos comunistas e indumentária sadomasoquista num agressivo deboche dos valores políticos, morais e culturais (influenciados e patrocinados por Malcolm McLaren e Vivienne Westwood, amigos aficcionados pelas idéias Dadaístas e Situacionistas). Além de ridicularizar clássicos do rock and roll, as músicas da banda costumavam demonstrar um profundo pessimismo e niilismo, agredindo diretamente diversos elementos da cultura vigente, sempre em tom sarcástico e agressivo. Logo chamam a atenção de entusiastas que começam a acompanhar os shows produzindo eles próprios de forma caseira estilos de roupas e acessórios, em geral rearranjos de roupas tradicionais como ternos, camisas e vestidos, com itens sadomasoquistas, pregos, pinos, rasgos e retalhos. Essas características —sarcasmo, interesse pelo grosseiro e o ofensivo, valorização do faça-você-mesmo, reutilização de roupas e símbolos de conhecimento geral em um novo contexto bizarro, crítica social, desprezo pelas ideologias, sejam políticas ou morais, e pessimismo— somado ao estilo empolgante e direto do punk-rock definiram a primeira encarnação do que hoje entendemos como cultura punk. A partir de 1977 esta postura punk se tornou um fenômeno impactante na maior parte do mundo e pouco a pouco foi se transformando e ramificando em sub-gêneros.A cultura punk é formada por todos os estilos dentro da produção cultural que possuem certas características comuns àquelas ditas punk, como por exemplo o princípio de autonomia do faça-você-mesmo, o interesse pela aparência tosca e agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura. Entre os principais elementos culturais punk estão: o estilo musical, a moda, o design, as artes plásticas, o cinema, a poesia, e também o comportamento (podendo incluir ou não princípios éticos e políticos definidos), expressões linguísticas, símbolos e outros códigos de comunicação.

A partir do início da década de 1970 o conceito de cultura punk adquiriu novo sentido com a expressão movimento punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da gangue ou ramificação/submovimento que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objetivos —seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e auto-afirmação por gangues de rua. A cultura punk, segundo esta definição, pode então ser entendida como costumes, tradições e ideologias de uma organização ou grupo social. 

Apesar de atualmente o conceito movimento punk ser a interpretação mais popular de cultura punk, nem todos indivíduos ligados a esta cultura são membros de um grupo ou movimento. Um grande número de punks definem o termo punk como uma manifestação fundamentalmente cultural e ideologicamente independente, cujo o aspecto revolucionário se baseia na subversão não-coerciva dos costumes do dia-a-dia sem no entanto se apegar à um objetivo preciso ou a um desejo de aceitação por um grupo de pessoas, representando uma postura distinta do caráter politicamente organizado e definido do movimento punk e de seu respectivo interesse na preservação da tradição punk em sua forma original ou considerada adequada. 

Esta diferença de postura entre o movimento punk e outros adeptos da cultura é responsável por constantes conflitos e discussões, às vezes violentos, que ocorrem no encontro destes indivíduos em ruas e festivais, ou através de meios de comunicação alternativos como revistas, fanzines e fóruns. 

Originalmente o punk surge por volta de 1975 como uma manifestação cultural juvenil semelhante aos da década de 1950 e 1960: um modismo cujo interesse era a afirmação de uma personalidade ou estilo, não envolvendo intencionalmente questões éticas, políticas ou sociais. Era caracterizado quase que totalmente por um estilo baseado em música, moda e comportamento. Esta primeira manifestação punk, o estilo punk rock, surge primeiro nos Estados Unidos com a banda The Ramones por volta de 1975 e é caracterizada por um revivalismo da cultura rock and roll (músicas curtas, simples e dançantes) e do estilo rocker/greaser (jaquetas de couro estilo motoqueiro, camiseta branca, calça jeans, tênis e o culto a juventude, diversão e rebeldia). Enquanto o rock and roll tradicional ainda criava estrelas do rock, que distanciavam o público do músico, o punk rock rompeu este distanciamento trazendo o princípio da música super-simplificada (pouco mais que três acordes, facilmente tocados por qualquer pessoa sem formação mínima musical) e instigando naturalmente outros adolescentes a criarem suas próprias bandas. O punk rock chega à Inglaterra e influencia uma série de jovens pouco menos de um ano depois. 

 

O primeiro aspecto cultural punk desenvolvido foi o estilo musical. A música punk desde suas origem até os dias de hoje passou por diversas mudanças e sub-divisões, englobando características que vão do pop-rock irônico e politicamente indiferente ao ruidoso discurso político panfletário. Apesar disso, nos diversos estilos de música punk o caráter anti-social e/ou socialmente crítico é bastante recorrente e a ausência destas características é vista por alguns como justificativa para o não-reconhecimento de uma banda como sendo do estilo punk. Estilos muito distintos do punk-rock também são desconsiderados com freqüência. 

O estilo punk-rock tradicional caracteriza-se pelo uso de poucos acordes, em geral power chords, solos breves e simples (ou ausência de solos), música de curta duração e letras sarcásticas que podem ser politizadas ou não, em muitos casos uma manifestação de antipatia à cultura vigente. Estas características não devem ser tomadas como uma definição geral de punk-rock pois bandas e variações bem difundidas do gênero apresentam características muitas vezes antagônicas a estas, como por exemplo as músicas longas e complexas do Television, o experimentalismo cacofônico do Crass, a tendência de sociabilização das bandas de hardcore moderno e o discurso sério de algumas bandas politizadas, 

As mais difundidas correntes musicais punks são as descendentes do estilo punk rock original, que mantém certas características sonoras em comum com sua origem e que podem ser classificadas como Rock. Destacam-se o hardcore, oi!, grindcore, crustcore e ska-punk. Existem também estilos que não têm como origem direta o punk-rock ou que se transformaram de tal forma que se tornaram notavelmente distintas. Entre eles estão o funk punk, reggae punk, pós-punk, synth-punk e outros. Há ainda outras correntes nitidamente semelhantes ao punk cujo o reconhecimento como parte do estilo não é unânime entre punks, em geral por demonstrarem uma atitude controversa ou não relacionada com o esteriótipo, como o caso da new wave. 

O gosto por certas bandas é algumas vezes interpretado como identificação de um indivíduo à um certo grupo, especialmente entre aqueles que defendem o caráter ideológico da cultura punk. Por exemplo, bandas como Histeria , Vírus 27 e Garotos Podres podem ser repudiado por grupos anarquistas pelas relações desses artistas com a cultura skinhead e careca, enquanto estas mesmas bandas podem ser bem aceitas e favoritas entre punks que não sejam anarcopunks. Da mesma forma que os outros elementos culturais, o porte de símbolos de certas bandas comumente associadas a determinados grupos ideológicos muitas vezes desencadeiam a hostilidade e a violência de adeptos de gangues e grupos do movimento punk com ideologia contrária... 

A moda é, junto à música, o aspecto cultural mais característico e evidente do punk. O termo moda, no entanto, não é bem aceito pela maioria dos punks e influenciados pela cultura punk pois é entendido estritamente como modismo, aceitação social, comércio e/ou mera aparência. Costuma-se empregar o termo estilo, com o significado de "roupa como afirmação pessoal" (apesar deste também ser um dos significados da palavra moda), ou mais comumente ainda o termo visual, utilizado em quase toda a cultura alternativa brasileira, não somente no meio punk. 

O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos (alfinetes, patches, lenços no pescoço ou à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano,(colorido ou espetado, etc) ou espetado por inteiro (dos lados, atrás e em cima) e em alguns casos lapis ou sombra no olho, sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos sub-gêneros punk, ou ainda o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo. 

A moda punk, em sua maioria, é deliberadamente contrastante com a moda vigente e por vezes apresenta elementos contestadores ou ofensivos aos valores aceitos socialmente —no entanto um número considerável de punks e alguns sub-gêneros apresentam uma aparência menos chamativa (por exemplo o estilo tradicional hardcore). Há também indivíduos intimamente ligados a esta cultura que não têm nenhum interesse ou deliberadamente se recusam a desenvolver uma aparência punk, em geral motivados pelas diversas críticas que a moda punk recebeu durante sua história (veja o artigo principal: moda punk). 

As variações dos elementos das roupas punk e o surgimento de ramificações de estilo estão associados, na maioria dos casos, ao surgimento de novos sub-gêneros musicais, influências ideológicas e de elementos de outras culturas que em determinados momentos dividiam mesmo espaço com o punk. A idéia popularmente difundida e equivocada de que todos os elementos do esteriótipo punk foram "planejados" cuidadosamente como simbolismo da ideologia libertária/anarquista —por exemplo o coturno, originalmente trazido a cultura punk por influência da cultura skinhead, que é comumente e erroneamente justificado como símbolo de repúdio ao Exército— é com freqüência aceita entre novos punks que acabam desta forma propagando e conseqüentemente agregando pouco-a-pouco um sentido simbólico que não existia anteriormente à moda punk. 

Enquanto o estilo punk desligado de um movimento costuma utilizar com liberdade os elementos, combinando peças intuitivamente e utilizando outros itens que não fazem parte do estilo clássico, os membros dos diversos grupos do movimento punk consideram fundamental algumas combinações tradicionais de elementos, uma vez que elas identificam o grupo (e conseqüentemente a ideologia) específico que o indivíduo pertence. 

Em diversos países, incluindo o Brasil, a roupa é na maioria das vezes o elemento que desencadeia as brigas de rua entre gangues, membros de grupos divergentes do movimento punk e outros movimentos que repudiam o punk. A combinação arbitrária de elementos costuma não ser bem vista por punks de gangues e sub-grupos do movimento pois é interpretada como uma demonstração de ignorância sobre os costumes, a aparência e as ideologias punk ou fruto de uma tentativa da cultura vigente se apropriar desse estilo. Este desentendimento pode culminar no desprezo, ridicularização ou hostilidade para com o indivíduo ou, nos casos dos grupos violentos, na coerção, furto de peças e agressão. 

Desde o seu início, o Punk teve ideias apartidárias e a liberdade para acreditar ou não em um deus ou religião qualquer. Porém, por causa do tempo de existência, seu caráter cosmopolita e amplo, ocorreram distorções de todas as formas, em diversos países, dando ao movimento Punk uma cara parecida mas totalmente particularizada em cada país. 

Por se assemelhar em diversos aspéctos com o anarquismo (posteriormente, a principio o movimento punk era apolítico), punks e anarquistas passaram a colaborar entre si e muitas vezes participando das ações. 

Passaram então a existir muitos punks que também eram realmente anarquistas, e posteriormente surgiu o anarcopunk, este ganhou um novo rumo com redirecionamento a uma nova militância política, com discursos e ações mais ativas, opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e grandes corporações capitalistas. 

Como a maior parte dos movimentos populares, o movimento punk tem quase tantas nuances quanto o número de adeptos, mas em geral sustentam valores como anti-machismo, anti-homofobia, anti-nazismo, amor livre, anti-lideranças, liberdade individual, autodidatismo, iconoclastia, e cosmopolismo. 

Existem outras vertentes do movimento como o oi! caracterizado pelo relacionamento de punks e skinheads, ou o straight edge que se auto-denominam "livres de drogas" não fazendo uso de nenhuma substância que altere o humor, incluindo o álcool e a nicotina.

A outra vertente, talvez a mais tradicional e/ou original do brasil, são as gangs. Que estiveram presentes desde o começo deste movimento, principalmente em São paulo, onde existem até hoje. São famosas pelo uso da violência e união de seus integrantes, geralmente andam em grupos não tão numerosos mas potêncialmente perigosos, subjugam seus inimigos onde quer que estejam por intimidação ou violência, chegam a ser mais de 10 facções em São paulo, sendo as "principais" só 4 delas, que são originais do começo do movimento e talvez as mais respeitadas e violentas. 

Como ja dito em musica do Resto de Nada: "...vivemos na cidade de Saõ paulo, onde a noite é das gangs..." 

Alguns punks evitam relações com a mídia tradicional por filosofia, e é bem comum que não seja de conhecimento público o nome de escritores de zines - publicações alternativas, poetas, artistas plásticos, bandas, já que cada componente do seu grupo faz sua própria mídia, através da propaganda, que consiste na publicação de zines, promoção de eventos como palestras, gigs (expressão idiomática inglesa que significa "show" ou "festival", utilizada na cultura alternativa britânica e que foi adotada por alguns punks brasileiros), passeatas, panfletagens e sistemas de boletins-noticiários. 

Essa característica do movimento punk acarreta problemas para os seus integrantes que por algum motivo adquirem espaço na grande mídia, como foi o caso do cantor e atualmente apresentador de programa de televisão, o brasileiro João Gordo, vocalista da banda Ratos de Porão e considerado por muitos adeptos do movimento punk brasileiro como traidor. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Homens e Mulheres...

São os direitos que devem ser iguais ou as preliminares culturais aos quais ainda estamos acorrentados?
Um tio meu inspirou-me neste segundo texto, quando me desejou de Natal: “minha sobrinha linda, espero que você encontre um namorado lindo, à sua altura, este ano”. Agradeci o pedido como um presente dado, mas, percebi que ele esqueceu de perguntar antes de me fazer qualquer gentileza: “o que você quer para este ano?”. Isso acontece. Aliás, a família é alvo de diversos clichês divertidíssimos, que eu, obviamente observo, analiso e potencializo em texto. Mas, vamos ao assunto que proponho nesta coluna tribal. 

Porque o homem quando deseja ficar sozinho é visto como sinal de amadurecimento pessoal e a mulher quando escolhe estar sozinha é vista como alguém solitária e triste? Será que a mulher não tem real poder de escolha, em definitivo? Volto a usar meu exemplo para um auto-teste convincente aos meus novos leitores. Eu já namorei muito, confesso, mas, de um modo diferente de todas as meninas que conheço, eu nunca gostei de namorar “em casa”, como as pessoas costumam dizer. 

Até hoje, apenas um ex-namorado meu foi apresentado “oficialmente” à minha família. E me arrependi! Como uma grande amiga uma vez me disse: “se eu pudesse, eu só envolveria família nos meus relacionamentos no altar!”... Imagine, caro leitor, a situação: “Fulano, este é meu pai, aquela ali chorando é minha mãe... Ah! Sim, aceito!“ ... Seria engraçada uma cena dessa, mas, brincadeiras à parte, eu volto a minha observação do início do texto. 

Desde o ano passado, eu resolvi não me envolver em romances profundos com ninguém, a fim de fazer uma grande “faxina” na minha vida pessoal e, ao mesmo tempo, dar mais atenção aos meus amigos e, por conseqüência, ter mais tempo para o auto-conhecimento. Profundo isso? Sim, mas não deixa de ser verdadeira a questão de que quando estamos inseridos em um relacionamento mais sério, sem perceber, abdicamos de nós mesmos, a fim de conhecer mais do outro. E, muitas vezes, em vão! 

Ficar solteira por opção, sendo mulher, não é para qualquer uma, definitivamente. É preciso coragem, paciência, alguns calmantes (legais ou ilegais) e muita disciplina. “Disciplina?” – interrogará meu amigo leitor – Sim. Pois, por razões desconhecidas, quando nos propomos a algo que requer sacrifício pessoal, as “tentações” aparecem querendo nos fazer mudar de idéia e, por isso, a disciplina é fundamental. Mas, eis que chega um instante que a família, principalmente os mais próximos e íntimos, começam a cobrar e questionar a filha, sobrinha, prima, neta, o porquê dela(s) não apresentar(em) um “pretendente”. 

Imagine, meu caro leitor, eu sentar com meu tio para explicar a ele que não é falta de homens, mas opção minha estar “solteira”. Ele não entenderá como algo sincero mas, provavelmente, como uma justificativa para minha situação. É estranho, mas ainda temos um “ranço” cultural que não enxerga a mulher como alguém que pode querer, desejar, almejar e deliberadamente, escolher o que realmente quer para a própria vida. 

Algum leitor ainda vai questionar: “Com que análise ela chega a uma conclusão como essa?” – Simples. Sou de uma família onde sou a única mulher, além de minha mãe, cuja geração e educação a fez totalmente passiva a voz masculina. Não a critico. Fases e tempos diferentes. Mas vejo em meu pai e irmãos, a cobrança de uma “menina” mais “lady” e menos “livre”. Independência intelectual perturba os homens de minha família, com toda certeza! 

Não estou fazendo qualquer levante feminista ou sendo radical ao achar que sempre seremos mal compreendidas, mas, utilizo desta vez minha coluna para iniciar uma discussão saudável sobre os lugares comuns de nossa cultura, como a questão de igualar a mulher às condições profissionais masculinas, mas, paralelamente, ainda se mantém um certo inconsciente cultural depreciativo quando a decisão é simplesmente estar “só”, em termos de relacionamento amoroso. 

Curtir os amigos, ter apenas rápidos “affairs” e ganhar dinheiro se faz mais presente em minha atual organização de valores e metas que a idéia de casar e ter filhos, por exemplo. Nada absolutamente contra as que fazem da segunda opção citada seus respectivos objetivos imediatos de vida, mas, devo admitir que quando coloco na balança, compreendo que se tratando de seres humanos, pensantes e capazes de distinguir seus sexos, além de emotivamente ativos, a motivação principal será sempre a tão falada busca da felicidade, do “nirvana”, do ponto “G’! 

De tribo em tribo, eu vou procurando meu alvo central na multidão e, se terei que lutar impulsivamente pelas minhas escolhas, então espero que o desejo de Natal do meu tio se converta a meu favor! A divergência continua até eu terminar este texto. A ambigüidade do assunto especulado permanece e eu ainda nem terminei de escrevê-lo. O tempo passa. E homens e mulheres ainda terão eternas complexidades e, mesmo assim, terão mais homens e mulheres querendo fazer a diferença nesse estado cultural pseudo-livre. Chegamos lá! Ainda sou otimista e solteira por opção, é claro!